
Estudo aponta caminhos para a transformação desse cenário por meio da contribuição de inovações e negócios de impacto
O Brasil enfrenta profundas desigualdades estruturais que limitam a mobilidade social. Filhos nascidos entre os 10% mais pobres da população precisarão de nove gerações para alcançar a renda média nacional – um dos piores índices globais. É como se o “elevador social” do país estivesse quebrado.
É o que revela a Tese de Impacto pela Mobilidade Social, um estudo inédito da Artemisia e da Fundação Grupo Volkswagen, com parceria técnica do Veredas, que aponta os caminhos possíveis para a transformação desse cenário por meio da contribuição de inovações e negócios de impacto.
A mobilidade social está diretamente ligada ao patamar de desigualdades de um país. No caso do Brasil, cuja estrutura social e econômica é historicamente marcada por um alto nível de desigualdades, o cenário se torna ainda mais desafiador nesse sentido. Principalmente quando consideramos agravantes como crises econômicas recorrentes e a pandemia da Covid-19.
Segundo a publicação, três quartos das famílias brasileiras (75%) vivem com renda mensal de até R$ 5.724, enquadrando-se nas classes C, D ou E. As disparidades são marcantes por região e raça: enquanto o Norte e Nordeste concentram 48,4% da população pobre, as mulheres negras emergem como o grupo que vive mais vulnerabilidades.
A mobilidade social depende da combinação de múltiplos fatores. O estudo buscou identificar as principais formas de intervenção que podem contribuir para uma mobilidade ascendente, e apresenta a análise de como os Negócios de Impacto Social (NIS) podem ampliar as possibilidades de ascensão social e econômica das populações CDE. insite
Negócios de impacto como solução
A pesquisa identificou três alavancas prioritárias para negócios que promovem mobilidade social:
- Educação: Plataformas como Letrus (melhoria de escrita) e UpMat (competições em matemática) combatem evasão escolar e facilitam acesso ao ensino superior.
- Geração de Renda: Soluções como Muda Meu Mundo (conexão de agricultores familiares ao mercado) e Fazer Orçamento (gestão para MEIs) aumentam produtividade e renda.
- Inclusão Financeira: Fintechs como Banco Pérola e Jeitto oferecem crédito justo e educação financeira para populações excluídas do sistema bancário.
Como potencializar o impacto
O estudo também apresenta diretrizes estratégicas para investidores, aceleradoras e governos que desejam fomentar negócios de impacto voltados à mobilidade social. Os principais pontos são:
- Visão abrangente e de longo prazo: Apoiar simultaneamente negócios nas três alavancas prioritárias (educação, geração de renda e inclusão financeira) cria um ciclo virtuoso.
- Escolha criteriosa de oportunidades: Para maximizar o impacto, os negócios devem apresentar modelo financeiro sustentável e replicável; Potencial claro de escalabilidade e empreendedores com vivência no problema abordado.
- Apoio financeiro alinhado às necessidades de cada negócio: Grants (doações) são essenciais para negócios em estágio inicial testarem seus modelos sem pressão por retorno financeiro. Combinar grants com investimentos tradicionais para negócios maduros amplia o impacto.
Conheça a Tese de Impacto pela Mobilidade Social
Comunicação Veredas